orgulho na pele que inspira medo.
- Andreia Imperial
- 28 de mai. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 18 de set. de 2020
A esperança pela humanidade está em extinção. A indiferença da sociedade reina e a empatia pelos outros é breve, traduzida em cliques e partilhas, não mais para além disso, porque depois temos que voltar a alimentar o nosso ego e ignorar o resto, porque é resto e não mais que isso.
Esse resto são pessoas, mas que importância têm? O planeta gira, os valores mudam e as nossas necessidades também e pelos vistos já não precisamos uns dos outros. O cada um por si e Deus por todos cumpre-se tão perfeitamente que é aterrorizador. Olhamos para o lado e ninguém para nos dar a mão, caímos e ninguém para nos levantar, pedimos ar para respirar e o joelho permanece no nosso pescoço.
Desculpa George Floyd, a culpa não é tua por teres herdado o tom de pele que inspira medo. Eles estavam com medo Floyd, medo do testamento que a nossa pele representa, medo da nossa força, da nossa tranquilidade perante a tempestade. Espero que isso justifique o ultimo suspiro da tua curta vida, no chão de Minnesota.
É a nossa cor que nos incrimina. O motivo do nosso choro e luto. Como é que ainda conseguimos ser fortes o suficiente para sentirmos orgulho nela? Que nos torna alvos suspeitos de um crime que não quisemos cometer, mas que nos foi deixado como herança.
Eric Garner, não te esqueço, 6 anos depois o ciclo repete-se; também imploraste por ar, imploraste 11 vezes mas o teu legado terminou aí, nas ruas de Nova Iorque, envolvido nos braços de um policia curiosamente branco.
Spoiler alert: O antagonista é o mesmo e o protagonista morre, outra vez. Não sei a vossa opinião em relação a tudo isto, mas eu não quero mais ver este filme.

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