deixa pelo menos a tua luz.

O tempo sabe o que faz e é meticuloso com isso, com o demorar e a aceleração das coisas. Ele conhece vidas mas não convém que se aproxime delas para não se magoar e, por afinidade, alterar os seus destinos, por mais um dia ou mais um segundo. Limita-se a fazer o seu trabalho, sem olhar muito para trás. Corre quando é preciso e abranda para nos fazer sentir também, por mais um segundo. Cumpre a sua função sem erro, mesmo que achemos que ele tenha defeito.

O tempo conheceu Kobe Bryant e sua filha. Ele sabia a idade de Chadwick Boseman e soube das lágrimas partilhadas pelos corações levemente partidos quando foi confirmada a ida do governador de Wakanda para um lugar de descanso. Isso quando jovens, que finalmente se puderam ver num ecrã como parte da família mais conhecida de heróis, ainda tinham questões para T'Challa.

Black Mamba e o Black Panther fizeram-nos perceber que as respostas estão em nós, da mesma forma que estiveram neles. Eles cumpriram o propósito incutido por Deus neles, trouxeram luz e deixaram esperança.

Quem tem luz deixa saudade e uma carga pesada de inspiração. O tempo sabe o que faz e é meticuloso com isso. O aviso foi feito para muitos, a força foi dada e as lembranças choradas. Afinal tempo é tempo, não digo dinheiro porque isso não tem valor. Tu tens. O que é que vais fazer com isso? Deixa pelo menos a tua luz.

Por todos aqueles que a deixaram também entre a pirâmide dos mais conhecidos, a verdadeira estrela, Cristo, aquele que deixou toda a nação de estrelas no que toca ao brilho. Ele é o mais influente de toda a história de influências (o verdadeiro significado de influencer na altura e hoje), e escrevo isto com as pesadas estatísticas ás costas, não são elas factuais?

Tempo, se por afinidade, alterasses o destino de quem recebeu este presente que é a vida, o propósito não seria cumprido, não haveria qualquer tipo de fruto. Achas que vale a pena poupar a dor de quem tem o direito de vivê-la? Não mudes. Por muito que imploremos que recues uns meses ou canceles este ano, deixa-nos vivê-lo e descobrir-nos-emos ao longo da caminhada neste chão que mais parece feito de armadilhas, mas que no fim, nos afiam os reflexos.