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engole o choro.

  • Foto do escritor: Andreia Imperial
    Andreia Imperial
  • 17 de set. de 2020
  • 1 min de leitura

Atualizado: 12 de jan. de 2021

Apanhei-me a engolir o meu próprio choro, deve ser o habito de ouvir as mulheres da minha família a fazer esse apelo quando o nosso eu de á 10 anos se portava mal e merecia um breve acerto com o pau do famoso funge que vocês devem ouvir falar por alto quando mencionamos os melhores pratos típicos do continente de onde os meus antepassados provêm.


No entanto, tenho apanhado imensas coisas ultimamente, sendo uma delas, a ideia de que devido aos valores que nos incutiram desde cedo, a vulnerabilidade não foi uma das heranças deixadas na nossa cultura. Como um tabu, quem muito sofre aprende a não sofrer, a não chorar. Mas por favor, chora.

O que quer que seja, por mais insignificante que seja, se suscita aquelas emoções que abraçam a tua garganta e invadem a tua face com uma autoridade inexplicavelmente dolorosa, então, já sabes o que fazer. Quando o coração arde, já sabes o que fazer. Digo isto porque quando o fazes, não diminuis mas aumentas, significativamente. É a dor que amadurece e expressá-la é coragem.


A vida é fora do comum para nós, é imprevisível. Quando está tudo bem, então não está e se não estiver, acredita que fica. Não engulas o choro, vive o choro um bocadinho.

Se te ris até doer a barriga e aproveitas a alegria ao máximo, porque não aceitar a vulnerabilidade que tens em ti também? Ela ensina muito, aprende por instantes o que é que a situação te transmite e resolve a dor porque amanhã vais voltar a rir, mas com mais propósito. Visto que é a dor que amadurece e expressá-la é coragem.



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